Este assunto é delicado. Existem vários caminhos a seguir. Várias hipóteses a serem colocadas. Convém ponderar todas.
Ora bem, pode-se afirmar que o aborto é condenável. É crime. É uma violação ao direito da vida! Pode-se argumentar que a irresponsabilidade dos pais não pode culminar na morte do próprio filho. Ao votarmos a favor do aborto estamos a votar a favor do crime, a favor do assassínio, sendo assim com que direito punimos os assassinos e não quem pratica o aborto? É a mesma coisa, um assassino ou uma mulher que pratica voluntariamente o aborto merecem ser punidos de alguma maneira. Por isso digamos sim à vida.
Outro caminho é o seguinte: Será legítimo punir uma mulher porque “foi obrigada” a fazer um aborto? Podem haver vários factores que levam uma mulher a esta prática. Entre os quais uma violação. Mas não será melhor que uma mulher, ao ser forçada – sim, porque ninguém faz abortos por prazer! – a abortar, o faça num lugar seguro. Onde o risco de vida da mulher seja minimizado? Então porque não se legaliza? A punição é ridícula.
Já é castigo suficiente para uma mulher fazer um aborto. Para quê condená-las? Por isso se deveria legalizar…
É na mulher que vão cair as maiores consequências dos seus actos, seja a nível físico seja a nível emocional. Por mais que um homem esteja envolvido nunca poderá ter o mesmo tipo de sentimentos. Por isso esta discussão, quase sempre liderada por homens que nada sabem sobre este assunto, é uma falsa questão e as mulheres mais do que ninguém devem levantar-se e lutar pelos seus direitos. Direito de escolha, direito de ter uma decisão como esta suportada legalmente, sem que tenham de passar pelas mais horrendas experiências de aborto clandestino.
Quer se concorde ou não com a despenalização do aborto, a sua posição é irrefutável. Este assunto deve ser tratado com ética, como um problema social, mas com uma dimensão moral que tem que se ter em conta.
Só a sua posição, a sua experiência de vida, o seu senso poderão ser levados em conta neste referendo. Não se deixe levar pela política, pela religião ou por outro factor qualquer que lhe venha do exterior.
Politizar esta questão é condenável e só mostra falta de capacidade política.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
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