Uma das mais antigas e curiosas tradições da Freguesia diz respeito aos direitos paroquiais que, actualmente, já quase desapareceram.
Uma das poucas que ainda vigora, embora registe alterações, é a “oblata”, uma prestação em géneros que os Reitores recebiam no dia de São Miguel, cujo montante variava segundo o estado civil dos paroquianos. Os casados e os viúvos pagavam três quartas de milho e uma medida de linho; as viúvas e os solteiros, pagavam, respectivamente, metade e a quarta parte dos primeiros.
O linho era devido pela procissão das Ladainhas que, outrora, se realizava em todos os sábados da Quaresma, entre a Igreja Matriz e a Ermida de Nossa Senhora da Guia.
Os Reitores tinham também direito ao “trigo do Bôdo”, que vencia no primeiro domingo de Agosto, e que era pago juntamente com a “oblata”. A capitação era a seguinte: casados e viúvos, uma quarta; viúvas, um celamim; solteiros, meio celamim. O Reitor retribuía com o “vinho de Bôdo”, distribuído, no Largo da Capela das Almas, o que suscitava o júbilo popular: meia canada de vinho, aos primeiros; um quartilho, às segundas; e meio quartilho, aos terceiros.
O “direito de primícias” consistia no seguinte: “Todos os que trazem vacas de leite paridas em casa, estão obrigados a vir ofertar a esta Igreja todo o leite que se tira na manhã de Domingo do Espírito Santo e a manteiga da semana antes do dito Domingo e isto todos os anos”.
Por óbito de um paroquiano, casado, viúvo ou solteiro, o Reitor tinha direito a doze alqueires de trigo, o chamado “trigo de mortório”, e a um carneiro. No domingo imediato ao do funeral, os doridos mandavam ao pároco “pão branco e vinho maduro na importância de 200 réis e um palmo de candeia (vela)”. O ofertório repetia-se em todos os domingos do ano fúnebre, devendo os doridos enviar, ao pároco, “um quartilho de vinho maduro, dezasseis réis e meio de pão branco cozido e um palmo de candeia”. Esta oferta denominava-se “cestinha”, porque os géneros ofertados eram conduzidos numa pequena cesta.
Pela leitura e certidão de banhos, os noivos ofereciam uma galinha. Aliás, por qualquer certidão, era devida uma galinha.
Nos baptizados, o padrinho deixava, ao Reitor, uma vela e uma oferta arbitrária.
Esta forma de remunerar os serviços paroquiais era normal, na época. O Rei, por exemplo, pagava aos vassalos que o serviam numa guerra, com préstimos e doações de terras; e recebia, em géneros, os tributos da nação. Um dos tributos era o jantar (“colheita”) servido ao monarca quando este se deslocava a uma determinada localidade.
Estes costumes foram, pormenorizadamente, descritos pelo Reitor Manuel Álvares da Mota, no seu Livro dos Capítulos.
FESTAS E ROMARIAS: Realiza-se a festa em honra de Nossa Senhora do Parto, no primeiro fim de semana de Julho, no Largo de Souto, durante três dias.
A devoção à Nossa Senhora da Guia é muito antiga e a festa celebra-se em 8 de Setembro, em Tarei, com a duração de três dias.
A festa de São Miguel de Souto, padroeiro da Vila, soleniza-se no último fim de semana de Setembro, no Largo do Souto. Faz-se, durante os festejos, um curioso e famoso “concurso de sopas”.
Uma das poucas que ainda vigora, embora registe alterações, é a “oblata”, uma prestação em géneros que os Reitores recebiam no dia de São Miguel, cujo montante variava segundo o estado civil dos paroquianos. Os casados e os viúvos pagavam três quartas de milho e uma medida de linho; as viúvas e os solteiros, pagavam, respectivamente, metade e a quarta parte dos primeiros.
O linho era devido pela procissão das Ladainhas que, outrora, se realizava em todos os sábados da Quaresma, entre a Igreja Matriz e a Ermida de Nossa Senhora da Guia.
Os Reitores tinham também direito ao “trigo do Bôdo”, que vencia no primeiro domingo de Agosto, e que era pago juntamente com a “oblata”. A capitação era a seguinte: casados e viúvos, uma quarta; viúvas, um celamim; solteiros, meio celamim. O Reitor retribuía com o “vinho de Bôdo”, distribuído, no Largo da Capela das Almas, o que suscitava o júbilo popular: meia canada de vinho, aos primeiros; um quartilho, às segundas; e meio quartilho, aos terceiros.
O “direito de primícias” consistia no seguinte: “Todos os que trazem vacas de leite paridas em casa, estão obrigados a vir ofertar a esta Igreja todo o leite que se tira na manhã de Domingo do Espírito Santo e a manteiga da semana antes do dito Domingo e isto todos os anos”.
Por óbito de um paroquiano, casado, viúvo ou solteiro, o Reitor tinha direito a doze alqueires de trigo, o chamado “trigo de mortório”, e a um carneiro. No domingo imediato ao do funeral, os doridos mandavam ao pároco “pão branco e vinho maduro na importância de 200 réis e um palmo de candeia (vela)”. O ofertório repetia-se em todos os domingos do ano fúnebre, devendo os doridos enviar, ao pároco, “um quartilho de vinho maduro, dezasseis réis e meio de pão branco cozido e um palmo de candeia”. Esta oferta denominava-se “cestinha”, porque os géneros ofertados eram conduzidos numa pequena cesta.
Pela leitura e certidão de banhos, os noivos ofereciam uma galinha. Aliás, por qualquer certidão, era devida uma galinha.
Nos baptizados, o padrinho deixava, ao Reitor, uma vela e uma oferta arbitrária.
Esta forma de remunerar os serviços paroquiais era normal, na época. O Rei, por exemplo, pagava aos vassalos que o serviam numa guerra, com préstimos e doações de terras; e recebia, em géneros, os tributos da nação. Um dos tributos era o jantar (“colheita”) servido ao monarca quando este se deslocava a uma determinada localidade.
Estes costumes foram, pormenorizadamente, descritos pelo Reitor Manuel Álvares da Mota, no seu Livro dos Capítulos.
FESTAS E ROMARIAS: Realiza-se a festa em honra de Nossa Senhora do Parto, no primeiro fim de semana de Julho, no Largo de Souto, durante três dias.
A devoção à Nossa Senhora da Guia é muito antiga e a festa celebra-se em 8 de Setembro, em Tarei, com a duração de três dias.
A festa de São Miguel de Souto, padroeiro da Vila, soleniza-se no último fim de semana de Setembro, no Largo do Souto. Faz-se, durante os festejos, um curioso e famoso “concurso de sopas”.
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