Finalmente a chuva deu-nos tréguas! O bom tempo alimentou-nos a esperança de que este ano a caminhada não iria ser tão custosa e as adversidades seriam menores. Puro engano!
Éramos seis (Ricardo, Andreia, Feliciano, Filipe, Marques e Alexandra) e partimos de Souto, em direcção à Serra da Freita, numa carrinha da Banda Musical. Em pouco mais de uma hora, desembarcamos
Éramos seis (Ricardo, Andreia, Feliciano, Filipe, Marques e Alexandra) e partimos de Souto, em direcção à Serra da Freita, numa carrinha da Banda Musical. Em pouco mais de uma hora, desembarcamos

O objectivo inicial seria seguir a estrada, que passa em Manhouce, e seguir para São Pedro do Sul, mas depressa nos pusemos por atalhos e… em trabalhos! O início não podia ser pior. O caminho por onde seguimos era demasiado cansativo, devido, não só aos altos e baixos (naturalmente) mas também ao aspecto íngreme, com pedras soltas e buracos e também finito. Ou seja, o caminho terminou e tivemos de descer uma escarpa para conseguirmos alcançar um outro caminho que nos levou até junto de um riacho, onde se encontrava um pastor e o seu cão. Aproveitamos esse local para descansar um pouco e retemperar forças, pois o trilho continuava até à estrada. Já com algumas queixas musculares, continuamos a nossa marcha em direcção à povoação (Carregal). Ali chegamos, por volta da hora de almoço.



Após almoçarmos e descansarmos junto de uma pequenina capela, perguntamos a uns senhores rurais, que por ali andavam a laborar, qual o caminho mais fácil para atingirmos Manhouce, ao qual nos indicaram um atalho, que cortava imenso caminho – poupando a ida a Manhouce – que nos levaria ao Poço Negro, antes do lugar da Sernadinha. Maldita sina a nossa! Pusemo-nos a andar e à medida que íamos seguindo, constatávamos que nos estávamos a perder! Tomámos o trilho errado, que nos levou a um mato sem saída… Voltámos para trás, arranhados e suados (o calor sempre nos acompanhou nesta aventura!), e depois de muitas hipóteses colocadas (entre as quais, voltar à aldeia onde almoçámos, e retomar a estrada até Manhouce – pois seria mais fiável e seguro), encontrámos a vereda que nos tinham indicado (contudo, fomos a medo, porque não nos queríamos perder outra vez…) e descemos até ao “paraíso”! Uma fabulosa paisagem, a barragem no Rio Teixeira e uma albufeira com a água mais reluzente e limpa que se pode imaginar. Simplesmente lindo! Só de olhar, já nem sentíamos dores…

Paramos junto ao rio e tomamos banho. Mas que bem que soube! Porém, o pior ainda estava para vir…
Após a passagem da barragem, tínhamos que subir até Sernadinha. Cerca de 3 km a “escalar” a subida, quase vertical! E por baixo de um calor abrasador! Foi muito penoso… Até uma serpente (cerca de 30 cm!) se atravessou no nosso caminho!

Cerca de 40 minutos, foi o tempo que demorámos a subir até à aldeia. Apenas paramos no cimo e junto a um campo de futebol abandonado, onde existiam umas sombras, que nos foram muito úteis. Já na aldeia, abastecemos os cantis e rumamos em direcção a São Pedro do Sul, pela estrada principal. Eram já cerca das 16 horas, quando começámos a avistar habitações (partimos de Sernadinha cerca de uma hora antes), até que um “anjo” nos deu um “empurrãozinho” até São Cristóvão de Lafões. Aí lanchamos e exploramos a localidade. Ao longe avistamos um edifício, que parecia um convento, e que, porventura, poderia ser o local onde pernoitaríamos. Após uma longa descida até à Ribeira da Ladeira, e uma pequena subida, encontramos um cemitério e, no cimo de um pequeno monte, a Capela da Nossa Senhora da Boa Morte. Pelo nome, ficámos sem vontade de ficar por aquelas bandas…! Um pouco mais abaixo, encontrámos o tal edifício. Era o Mosteiro de São Cristóvão, onde se podia fazer turismo rural. Como o objectivo e o e

Estrada acima, fomos caminhando, até avistarmos casas. Tínhamos acabado de chegar a Janarde. Também aí não tivemos sorte. Mas, como, “a sorte não se tem, procura-se”, numa localidade a cerca de 6 km de distância, Santa Cruz da Trapa, encontramos, junto a um campo de cultivo, o segundo “anjo” desta caminhada. O Sr. Armando, é este o nome do “anjo”, salvou-nos a noite, oferecendo um telheiro na sua magnífica quinta. Aí pernoitamos, junto dos animais – diga-se, devidamente colocados e separados – galinhas, cães, ovelhas, porcos… um destes tinha dado à luz (cerca de 10 porquinhos) poucos dias (talvez um) antes de termos chegado à quinta…
Após o churrasco, deitamo-nos exaustos. No rescaldo deste dia, para além dos cerca de 20 km percorridos, das paisagens belas e da ultrapassagem das dificuldades, ficou a sensação de dever cumprido. A primeira etapa tinha sido concluída com sucesso!
No segundo dia, 30 de Abril, levantamo-nos bem cedo, 7 horas, e após tomarmos o pequeno almoço, avançámos em direcção ao destino. Cerca de 10 km separavam-nos da meta inicialmente traçada. Ao longo desse percurso, tivemos oportunidade de encontrar várias pessoas, com quem íamos conversando. Atravessámos o Rio Varosa e o lugar do Freixo, até Serrazes, onde decorria uma festa religiosa local. Eram cerca de 10.30h quando tomámos a estrada que nos levaria definitivamente até às Termas de São Pedro do Sul. Após uma pequena pausa, para retempero de forças e massagem dos pés, chegámos às Termas.


Como tínhamos ficado maravilhados com as Termas de São Pedro do Sul, e o centro da cidade ficava a 6 km, decidimos

Partimos em direcção a Vouzela, na esperança de encontrarmos lugar para dormir. Percorremos cerca de 6 km até a esta vila, bastante bonita. Aqui destacámos a antiga ponte dos caminhos de ferro e a Capela da Nossa Senhora do Castelo. A paisagem lá do cimo era simplesmente ofegante! Conseguíamos ver o local de onde tínhamos partido de manhã, Santa Cruz da Trapa e ainda as Termas. Só de ver a distância que tínhamos percorrido, até nos doíam os pés…! De destacar que esta Capela distava de cerca de 7 km de Vouzela, em subida, pelo que apenas dois de nós, juntamente com o Rui, de carro, foram à procura de abrigo neste sítio, e no parque de campismo ali ao lado. Não tivemos as respostas que pretendíamos e voltamos para trás, de regresso a Vouzela.
Novamente de mochila às costas, já doridas, partimos em direcção a Oliveira de Frades. Cerca de 10 km e 2 horas após, e depois de nos refrescarmos numa pequena fonte, junto à estrada, alcançámos o destino. Qual não foi o espanto, e alegria, quando o Rui nos disse que tinha conseguido lugar para dormirmos… Nada mais, nada menos, do que o Quartel dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades! E gostámos tanto da hospitalidade, que só temos duas palavras para eles: Fantásticos e Obrigado!

Na manhã seguinte, e depois de uma noite descansada e confortável (muito mais do que na quinta, em Santa Cruz da Trapa), demos uma volta, para conhecermos um pouco de Oliveira de Frades. É uma cidade bastante organizada e tem uma igreja fenomenal! Foi inaugurada a apenas 6 anos e tem umas instalações muito bonitas e modernas. Tem uma pequena biblioteca, confessionários, salas de orações, etc. É um edifício muito bonito, que aconselhamos a visitar.
De novo no centro, no jardim, esperamos pelo nosso transporte, que nos levaria de regresso a Souto. Eram cerca das 11 horas quando a


Depois das despedidas aos bombeiros, pusemo-nos à estrada e em pouco mais de uma hora chegámos a casa.
Foi mais uma experiência gratificante, e de demonstração de camaradagem e de coragem. Para o ano, se não for ainda neste, há mais.
Agradecemos, mais uma vez, à Banda Musical de Souto, ao Sr. Armando, aos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades, ao Rui e a todos aqueles por quem nos cruzámos e que nos prestaram auxílio. Bem haja a todos e muito obrigado!

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