1. Quaresmiza-te – Pascoaliza-te. Estes verbos, no imperativo, tão ao jeito da linguagem publicitária, querem significar o dinamismo da Páscoa, como acontecimento; absolutamente central e decisivo da fé.
Estes verbos, neologizados, podem também indicar que a Páscoa, embora celebrada cada ano, é sempre um acontecimento novo e absolutamente singular.
Estes verbos, juntos e em sequência, sugerem que a Quaresma por si só, isto é, sem conduzir à Páscoa (à Passagem, à fé professada, celebrada e vivida), é um exercício piedoso, mas estéril; pode animar mas não iniciar à fé.
2. Quaresmiza-te – Pascoaliza-te, são sinónimos de dinamismos de fé que se traduzem em atitudes vitais, como: fazer-se e ser peregrino, pôr-se a caminho à procura de novos horizontes para a vida, abrir-se conscientemente ao imprevisto e inesperado de Deus, adentrar-se na espessura do encontro sério consigo mesmo, ler a própria vida e deixar-se converter, mudar, renovar, abandonar a escravidão que nos povoa – deixar-se nascer de novo.
3. Estas atitudes vitais, cultivadas e trabalhadas durante quarenta dias, terão de ser desenvolvidas e propostas individualmente (é cada um que aceita a graça de mudar a vida) mas também, e cada vez mais, em comunhão com a comunidade eclesial. Daqui resulta que, à Páscoa, devia estar mudada a vida de cada um, e a vida da comunidade eclesial onde nos inserimos – e isso devia ser externamente visível e verificável.
A caminhada catequética quaresmal devia ser um contributo, uma mais valia para a comunidade, ajudando os catequizandos a fazer, a crescer e a ser comunidade ressuscitada. O itinerário quaresmal, enquanto tempo e espaço de conversão, não pretende simplesmente ensinar sobre o sentido do jejum, da esmola e da oração, mas sobretudo incorporar na celebração (também litúrgica) da Páscoa e na aquisição de atitudes evangélicas.
4. A Quaresma é um caminho feito em Igreja para chegar à meta, a Páscoa, e acolher a vida nova que de novo Deus nos presenteia em Jesus Cristo Senhor.
A celebração da Páscoa supõe e exige a Quaresma, mas esta exige e implica a Páscoa. Não tem sentido preparar a Páscoa, durante quarenta dias, e depois dispensar de a celebrar Não é razoável preparar a festa e não festejar. Não vale preparar a "Passagem" e não passar. Também (e sobretudo) para a Catequese.
Se propomos qualquer itinerário quaresmal, não esqueçamos que isso implica celebrar a Páscoa como meta do mesmo itinerário. Não será este porventura um desafio que teremos de "olhar de frente" na organização e estruturação da nossa catequese? Não será este um imperativo para tornar nova e coerente a nossa Páscoa? Quem tiver ouvidos...
Uma Santa Quaresma e Páscoa abundante!
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
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