segunda-feira, 17 de setembro de 2007

SOUTO: Impróprio para consumo?

Estando na praia, saltou à vista o título do Jornal de Noticias, na página 3, em que afirmava:”Água entre 6 e 27 euros” e de lado uma pequena coluna mostrava dois exemplos:”Opções diferem na Feira e em Lousada”, “…em Stª Maria da Feira os preços são proibitivos.” Depois de ler o texto apercebi-me que o nosso concelho exerce “…os preços – os segundos mais caros de todo pais – são proibitivos”.
Fonte de Pousada: até há pouco tempo, a mais pura de Souto.É estranho, pelo menos para mim, o modo como se fala de um bem essencial à vida, fala-se e trata-se como um mero negócio em que para incentivar as pessoas a consumir a água da rede de abastecimento público se fazem jogos, se inventam mentiras e nada se faz para melhorar a situação. Passou tudo a ser uma questão de lucro, de dinheiro…
As últimas obras realizadas pelas entidades públicas datam de 1962! Vejamos, por exemplo, o caso da nossa freguesia no que se refere às fontes. De um modo muito surpreendente, durante este ano foi aviso na Eucaristia que apenas duas fontes, das muitas que a nossa freguesia tem, se encontram próprias para consumo. È do conhecimento, a existência de pelo menos um departamento específico na câmara, que foi criado para resolver este tipo de problemas que é o Gabinete do Ambiente da Câmara Municipal da Feira ou então, pode-se recorrer ao Instituto nacional da Água. De certo que as entidades locais o sabem, portanto a população de Souto encontra-se na expectativa, à espera de que as entidades locais procurem a melhor maneira para solucionar este problema tão grave. No entanto, o tempo vai passando, a população vai esperando, e o ditado já é velho:”Quem espera, Desespera” no entanto ficamos na esperança de que “Quem espera Sempre alcança”.
Os habitantes de Pousada, preocupados com a situação da “Sua” fonte, deslocaram-se à Junta de Freguesia, com o objectivo de que esta possa fazer algo para a recuperar. Por enquanto estamos à espera mas enquanto esta não chega, e sem deixar cair os braços (como parece estar em moda…) tentam limpar a fonte para perceber o que se está a passar para que a água seja imprópria. A população reuniu-se e mandou realizar novas análises, e realmente veio a confirmação, a água está imprópria para consumo, devido à presença excessiva de ferro e sujidade (dejectos). Preocupados, e na tentativa de solucionar o problema, a população prometeu não deixar cair os braços e têm vindo a trabalhar com a esperança, que esta fonte volte a ser a mais pura da Freguesia, como até aqui foi….E fica à espera que as autoridades da nossa freguesia façam algo.
Nascente: manilha já com o ferro à vista no interiorPerante tudo isto, arrisco-me a pensar que afinal, que o que se passa em Terras de Stª Maria da Feira, se espalha às suas freguesias. Será que o abastecimento de água pública em Souto não está a lucrar aquilo que deveria face ao investimento feito? Agora vejamos: Porque é que as fontes de Souto estão impróprias? Apenas um exemplo: os mais antigos, de certo que se lembram do Regato da Leira da Mina, aquele que nascia na Quinta do Mirante e que passa na parte de trás do terreno onde agora estão implantados os edifícios de Habitação Social, em Pousada. Em conversa, na praia, onde se juntou um grupo de habitantes de Souto, surgiu a noticia de que esse antigo regato (outrora puro) agora não passa de um “Lamaçal” pois é utilizado para descarga das fossas de todo o lugar do Talegre. O certo é que essas descargas muitas vezes são feitas através de mangueiras e visíveis a quem quiser ver… e aquelas que não se vêm??? Foram feitas obras neste lugar há muito tempo e desde então, nunca mais foram esvaziadas determinadas fossas, é estranho não é? E mais, para onde são descarregadas as fossas das 33 habitações sociais, feitas e acompanhadas pela Câmara municipal de Stª Maria da Feira e pela Junta de Freguesia de S. Miguel de Souto?
Para mim isto é irrisório e impossível de ser verdade. Como é possível isto acontecer nos nossos dias? Pior, como é que é possível, isto acontecer e nada se fazer contra isto. Este texto pretende alertar as pessoas do que se passa, do que acontece debaixo dos nossos olhos e parece que continuamos pávidos e passivos a tal situação. Ah! Quase que me esquecia, este tal “Lamaçal”, passa por uma das duas únicas fontes que ainda estão próprias para consumo, a Fonte do Amieiro. Será que esta ainda se vai manter própria por muito mais tempo? Estejamos atentos…

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