segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Dia do Doente

Esta é uma actividade em que nós visitamos alguns doentes da nossa terra. Espantoso como alguns conseguem ter força e mostrar um sorriso, apesar das dificuldades e precárias hipóteses de cura. O que vemos faz-nos pensar que pior do que a doença que tinham, era solidão. Alguns sentiam-se abandonados. Em pleno Domingo, dia de família, estavam para ali... A tristeza de uns e o sorriso de felicidade, apenas por estarmos ali ao pé deles, engrandece-nos a alma. Adoramos a experiência e por uma vez, sentimo-nos úteis... e fazemos algumas pessoas felizes!
Doença é falta de saúde, enfermidade, moléstia, sofrimento.

Os Samaritanos decidiram dedicar o dia 12 de Fevereiro aos doentes, assim dividiram-se em grupos e acompanharam os diversos ministros da comunhão na sua visita. Nessa visita contemplávamos os doentes com a nossa presença, uma flor e uma pagela com uma oração escrita pelo nosso Sr. padre José Carlos.
Já não é o primeiro ano que nós fazemos este tipo de actividade, mas é sempre um dia que nos surpreende. Ficamos surpreendidos por bons e maus motivos e essa visita é-nos recordada pela alegria, bom humor e lição de vida que aprendemos.
É sempre surpreendente ver que mesmo com as diversas doenças que possuem muitas das pessoas ainda possuem um largo sorriso para nos mostrar. Mas, infelizmente, também é surpreendente ver onde a doença nos pode levar. Quando vamos ao dicionário procurar o significado de doença, este direcciona-nos para a parte corporal. Porém, estas visitas fazem-nos descobrir que as principais doenças não são apenas carnais, mas também psicológicas.
Pelas visitas que já efectuei considero que a maior de todas as doenças, nem sequer é considerado uma doença mas o estado de se estar só, a solidão. Uma doença profunda que nos perfura o coração e nos rasga a alma, que nos tira a vontade de viver, pois nos leva a pensar que estamos sozinhos e que ninguém nos ama. E, até que ponto será esta afirmação falsa? Estamos num mundo governado pelo dinheiro e pelo poder, de que somos alvo e nos leva a retirar muitas das nossas horas na sua direcção. De que vale o dinheiro e o poder, se não podemos estar com quem mais amamos, se praticamente não podemos viver intensamente os dois dias que são a vida. Mas, mesmo retirando as horas que temos de disponibilizar para o jogo do nosso mundo ainda temos o resto das horas. Contudo é mais fácil sentarmos confortavelmente num sofá a ver televisão ou ler uma revista, irmos até ao café, passear… divertirmo-nos enquanto nos esquecemos dos que amamos e precisam de nós, nem que se seja um “Bom dia!” pelo telefone. Este é o mundo em que vivemos e na necessidade de acabar com essa horrível doença muitos têm a coragem de largar a sua casa e de procurar a cura nos lares, onde acabam com a solidão, mas não fecham as feridas provocadas pela falta dos familiares.

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