segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Caminhada Radical 05

No fim de semana alargado, de 23 a 25 de Abril, o Grupo de Jovens, realizou uma caminhada pela Serra da Freita. A afluência não foi muita, pois o tempo de chuva e a perspectiva de caminhar 60 km em 3 dias não era do agrado, ou não encorajou a maior parte dos membros. Rui, Ricardo, Feliciano, Marquês, Andreia, Daniel, Paulo, André, Bruno e Filipe Almeida foram à “luta” com coragem e vontade de se superarem a si mesmos. Sem estadia marcada, partimos muito cedo (em carrinhas) para Candal, onde desembarcamos e iniciamos a longa caminhada. A chuva e o vento forte já nos faziam pensar… logo aí, encontramos uma pequena escola abandonada, onde nos abrigámos durante uns minutos, até o tempo amenizar um pouco. Quando parecia que a chuva parava, pusemo-nos à estrada, e ao longo de quinze km até S. Macário, a chuva não nos largou. Sofremos um bom bocado, encharcados e com frio… mas, lá alto do monte de S. Macário (1053m) encontramos a sua própria casa. Abandonada.

Decidimos ficar lá a pernoitar… Fizemos uma fogueira, que nos permitiu “cozinhar”, secar as roupas, aquecermo-nos e até fazer um chá de carqueja. Alguns ainda visitaram a aldeia, mas o cansaço era tanto que às 21 horas já todos dormíamos… quer dizer, tentávamos. Porque o frio era imenso…!
Bem, depois de uma noite bem passada, dentro do possível, até porque poderia ter sido pior, levantamo-nos cedo, doridos, mas com muita vontade de sairmos dali, arrumamos as coisas e a casa, deixamos uma esmola na capelinha - como forma de agradecimento pela disponibilização da casa e pela sorte que tivemos ao encontra-la -, e partimos em direcção a Regoufe. As condições meteorológicas começavam a ser favoráveis. A chuva desapareceu, o Sol aparecia timidamente e o vento frio, acalmou… Mas, contudo, não sabíamos o que nos esperava. Para além da longa caminhada, de cerca de 18 km até à aldeia, tínhamos que passar pelo Portal do Inferno. Esforço sobre-humano e doloroso. Muito difícil…

Depois de várias pausas para descanso e alimentação, chegámos à aldeia. Almoçamos e descansamos, tiramos umas fotos e partimos novamente. Desta vez para Covêlo de Paivô. Atravessámos um caminho turístico, lindíssimo, com paisagens fabulosas, que nos faziam esquecer as dores… Os rios e as quedas de água lá no fundo, os pequenos moinhos abandonados, as andorinhas, as cabras, todo o tipo de vegetação, e finalmente, o Sol. Começava a ficar calor… Depois de percorrido este caminho – curto, diga-se (4,5 km) – entramos na aldeia pelas traseiras da Igreja. Uma localidade muito bonita e acolhedora, com os animais à solta – os bois, vacas, galinhas… Aprontamo-nos de imediato a assegurar estadia para pernoitar. Para nosso desespero, não conseguíamos encontrar sitio decente, mas uma senhora muito simpática e de coração enorme. Forneceu-nos uma casa sua em obras. Quando entramos, qual não foi o nosso espanto, ao depararmo-nos com um sofá e uns colchões. Íamos passar uma noite agradável e acima de tudo confortável. Parecia um hotel, comparando com a casa de S. Macário! Depois de nos instalarmos, fomos para junto ao rio, onde fizemos uma fogueira, assamos dois frangos, alguns tomaram banho no rio – os mais doidos! – porque a água estava gelada! Pescamos – e até nem nos saímos mal… Jantámos, rimos e o convívio foi sensacional. Uma experiência fabulosa! Apesar das dificuldades…
Finalmente, fomos descansar, pois o último dia prometia ser muito duro. Para além dos 18 km até Arouca, tínhamos o relógio contra nós. O autocarro era às 12.20 e não podíamos facilitar…

Pois bem, a alvorada foi às 6 da manhã, partimos às 6.45 e apenas paramos duas vezes, para descanso e recarga de baterias. Enchemos os boiões de água e Arouca já se avistava! Nas nossas mentes… Esta última etapa foi a mais dura de todas. O cansaço acumulado, o calor, a distância… tudo pesava! E Arouca nunca mais se via! O que atenuava o cansaço, eram ainda as magníficas paisagens que nos acompanhavam ao longo de todo o percurso. Finalmente chegámos a Arouca – eram 12 horas. Mesmo na hora! A nossa casa já estava próxima. Apanhamos o autocarro para S. João da Madeira, e daí para casa. Ai as nossas pernas, ai os nossos pés, ai as nossas costas, ai os nossos ombros, ai os nossos músculos, ai tudo!!!
Superámo-nos a nós próprios e decerto que esta experiência nos tornou mais homens, mais capazes, mais determinados, mais corajosos e acima de tudo mais unidos! A partilha foi constante, as preocupações e as dificuldades foram vividas em conjunto. A união faz a força e o nosso Grupo de Jovens saiu reforçado!
Estamos prontos para outra!

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