segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Associação do Sagrado Coração de Jesus

Na nossa paróquia de São Miguel de Souto o apostolado de Oração celebra 125 anos de instituição do centro local. Promovido pelo Apostolado de Oração, de Espiritualidade Jesuíta, os centros são associações locais de difusão do evangelho e da oração. Em São Miguel de Souto foi fundada em 1881. Pouco se sabe da história deste organismo a nível local. Oportunamente serão apresentados alguns dados históricos e da acção a nível paroquial. No entanto faz-se uma apresentação histórica e pastoral do organismo eclesial:
“Tradicionalmente, a Igreja dedica o mês de Ju­nho à devoção ao Sagrado Coração que encontrou, na encíclica Haurietis aquas de Pio XII (15 de Maio de 1956), um aprofundamento teológico exaustivo e um reconhecimento pastoral. As aparições de Je­sus a Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690) e a influência de São João Eudes (1601-1680) deram um grande incremento a esta devoção que mergu­lha as suas raízes na Sagrada Escritura, nos escritos dos Padres da Igreja, dos místicos e de numerosos santos.O Coração trespassado de Cristo tornou-se o ícone mais expressivo da história da salvação que é uma proposta de amor e de misericórdia. Por isso, em 1856, o papa Pio IX tornou universal a festa li­túrgica do Sagrado Coração - já celebrada na Poló­nia em 1765 - e, em 1875, exortou os fiéis a consa­grarem-se ao Coração de Jesus. Depois, seguiram-se a consagração da humanidade ao Sagrado Coração, no tempo de Leão XIII, e a consagração das famílias por Pio X. O aspecto da «reparação» foi realçado por Pio XI.Na vida pastoral, foram-se gradualmente afir­mando a liturgia específica da santa Missa e do Ofício divino, a celebração das primeiras sextas-fei­ras do mês, a Hora Santa, a proposta das ladainhas e da coroa ao Sagrado Coração, a difusão da ima­gem do Sagrado Coração nas casas, a dedicação de igrejas, a inspiração de vários institutos religiosos, o apostolado da oração, as procissões, etc.Ao reafirmar a centralidade da pessoa de Cristo, o Concílio Vaticano II inseriu a devoção ao Sagrado Coração no mais amplo contexto da relação Deus­-homem e homem-Deus. A perspectiva de uma fé mais iluminada e eclesial permitiu purificar even­tuais desvios pie tis tas e sentimentalismos estéreis. A reforma litúrgica favoreceu uma recta interpreta­ção da devoção ao Sagrada Coração, apresentando Cristo como «sacramento do Pai» e de cujo lado aberto brotou a Igreja, instrumento de salvação para todos.O papa João XXIII era muito devoto do Sagrado Coração. Paulo VI desejou que o culto do Sagrado Coração de Jesus fosse estimado por todos «como uma forma excelente de piedade necessária, mes­mo no nosso tempo, e pedida pelo Concílio Vati­cano II, para que Cristo, rei e centro de todos os co­rações, cabeça do corpo da Igreja, primogénito dos ressuscitados, realize o seu primado sobre tudo e sobre todos» (6 de Fevereiro de 1965).João Paulo II, eleito sumo pontífice precisamen­te no dia da festa de Santa Maria Margarida Alaco­que, em 1986 foi em peregrinação a Paray-Ie-Mo­nial, considerada o berço da devoção ao Sagrado Coração, e voltou mais vezes a referir-se à actuali­dade e à eficácia espiritual desta prática. Por exem­plo, na exortação apostólica Pastores dabo vobis, João Paulo II nota que a formação espiritual «também se pode utilmente servir de uma devoção justa, isto é, forte e tema, ao Coração de Cristo» (n. 49).O Catecismo da Igreja Católica reafirma que o Sa­grado Coração de Jesus «é considerado sinal e sím­bolo por excelência... daquele amor infinito com que o divino Redentor ama sem cessar o eterno Pai e todos os homens» (n. 478). E no n. 932, confirma que «seguir e imitar Cristo mais de perto, é encon­trar-se mais profundamente presente no Coração de Cristo».A devoção ao Sagrado Coração de Jesus nasceu para despertar nos corações a fé no amor de Deus que dá serenidade à nossa vida diária: todos e cada um de nós somos amados através da cruz de Cris­to. Fixar o nosso olhar no Coração de Jesus Cristo significa frequentar a sua escola para aprender cada vez mais o primado da graça e a pedagogia da santidade, o estilo da caridade pastoral e a gene­rosidade do serviço, a espiritualidade da comu­nhão e a fantasia da partilha, a cultura da vida e a paixão missionária.A vivência assídua de uma devoção séria ao co­ração do Senhor ajuda não só a permanecer na companhia do Redentor, mas também a agir em so­lidariedade activa com os nossos irmãos, sobrecar­regados com os seus pecados e com as numerosas misérias da história.Contemplação do amor de Deus e partilha afec­tiva e real: dois aspectos que o Coração de Jesus reuniu inseparavelmente dentro de si e que ne­nhum cristão autêntico poderá separar. Aliás, a fé em Cristo, nosso único Salvador - ontem, hoje e sempre -, e o empenhamento pela civilização do amor foram a marca distintiva do Grande Jubileu deste novo Milénio.” (texto retirado “Um mês com o Sagrado Coração”)

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